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A Princesa Exilada

Pela primeira vez em mais de 15 anos de carreira, MARINA finalmente teve total liberdade criativa em seu último álbum “Princess Of Power”, mesmo que essa liberdade não tenha sido usada da melhor forma. O sexto álbum de estúdio da cantora, que ganhou um recente deluxe, conta com 13 tracks em sua versão standard e fez mais que 4 milhões de streams em seu primeiro dia no Spotify.

A era começou no lead single “BUTTERFLY”, uma música quase lúdica do jeito que é apresentada e uma coisa que Marina estabeleceu sobre essa era nessa track é que ela não está se levando a sério. O último álbum da cantora, “Ancient Dreams In A Modern Land” levou muitas críticas sobre a militância rasa e críticas sociais não aprofundadas, coisa que não acontece em Princess Of Power, pois não tem crítica social alguma. “BUTTERFLY” não é das piores músicas, mas ainda sim fica longe de ser boa.

A era teve continuidade em “CUPID’S GIRL”, uma música que trata sobre o empoderamento feminino, igual muitas outras nesse álbum. A Marina ama exaltar mulheres e “PRINCESS OF POWER” é um belo exemplo disso. A música não deixa de ser divertida, mesmo que tenha técnicas vocais duvidosas.

Marina teve seu destaque nesse ano com “CUNTISSIMO”, o último single pré-álbum e a melhor música de sua carreira. Com sons sintetizados e instrumentos clássicos, Marina e CJ Baran produziram essa música de maneira que ninguém do pop alternativo conseguisse chegar perto da grandiosidade desse single. A quebra antes do refrão é tão satisfatória que o cérebro começa a bombear serotonina pro corpo antes do momento. “CUNTISSIMO” é mais uma música que Marina exalta o poder feminino em trechos como “Your ex is hitting you up / but you no longer give a fuck”.

O álbum, lançado 6 de Junho de 2025, contava com 10 músicas novas e a title-track sendo a primeira delas. “PRINCESS OF POWER” tem um ritmo mais lento, mas não lento o suficiente para ficar entediante, coisa que acontece em “ROLLERCOASTER“, 4ª música do álbum e um desastre completo. A track 4 é ruim de todas as formas que é possível pensar, tanto em letra (I Wanna Go In A Rollercoaster / I Wanna Do Things I’m Not Supposed) quanto em produção, que é uma pataquada.

“METALLIC STALLION“, “DIGITAL FANTASY” e “EVERYBODY KNOWS I’M SAD” meio que se enquadram juntas, por algum motivo que faz elas ficarem parecidas. A primeira música é uma balada com elementos das músicas da Marina, que a torna bem interessante. Já “DIGITAL FANTASY”, tem um ritmo mais animado, mas ainda sim está calmo demais para uma música da Marina. A terceira música é mais depressiva e boa, uma das únicas que pode entrar na playlist da maioria dos ouvintes, tocando em temas sensíveis ao mesmo tempo que tem um ritmo ótimo para dançar e chorar ao mesmo tempo. As duas primeiras músicas não são boas, mas estão longes de serem ruins, defernite de “EVERYBODY KNOWS I’M SAD”, que é boa.

“JE NE SAIS QUOI” segue a vibe de “I ❤ YOU”, ambas sendo músicas pop que tem um charme romântico e sensual, ao mesmo tempo que dançante. A Marina conseguiu fazer duas das melhores tracks do álbum nessas músicas, que a composição não agrega em nada.

“HELLO KITTY” é uma track muito odiada e com razão. Além de ser extremamente tediosa, a letra é vergonhosa em um nível de arrepiar, e a produção também não é nada de se orgulhar. Tudo isso muda em “ADULT GIRL”, uma sequência não explícita de “Teen Idle”, do seu Hit Album “Electra Heart”. A track 12, faz com maestria o que “HELLO KITTY” tentou fazer, uma balada boa que se encaixe no álbum com uma letra profunda. Em trechos como: “Now I’m Too Old To Die Young / But at Least I’ve Had Some Fun” Marina se expõe suas inseguranças sobre a vida e faz ligação com várias letras que dizia sobre suas inseguranças de jovem adulta.

“FINAL BOSS”, a track que fecha o álbum, faz isso de maneira espetacular. Mesmo que “PRINCESS OF POWER” não comece com o pé direito, ela termina de forma sensacional, com ritmos sintetizados incríveis e vocais ótimos. Todo o tema do álbum ser um video-game e cada música ser uma fase é genial, e a última música se chamar chefão final deixa tudo melhor. Tirando o significado, “FINAL BOSS” é deixado com uma mega produção e um dos melhores fechamentos de álbum do ano.

Mesmo que tenha suas várias falhas, “PRINCESS OF POWER” dá a volta por cima na maior parte de seus elementos. Sua estética e ideia são muito boas, só que a execução falhou em certos pontos, como em algumas letras ou músicas (HELLO KITTY, ROLLERCOASTER etc.), ainda sim, POP é um bom álbum para ouvir e se divertir, mas nada além disso.


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