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L.A.M.B. foi a Criação e Queda de uma Superstar

Love. Angel. Music. Baby foi o álbum de estreia de Gwen Stefani, que antes fazia parte da banda No Doubt. A cantora teve muitas dúvidas sobre fazer uma estreia solo, mas John Vulture, o produtor do álbum e seu amigo na época apoiou Stefani a dar a luz a um dos melhores álbuns pops dos anos 2000. Com uma pegada empoderada, Gwen canta em cima de melodias viciantes em seu único álbum bom.

A música que abre o álbum, “What You Waiting For?” tornou Gwen uma superstar em seus primeiros 30 segundos. Sampleada até hoje, como em “BOA” de Megan Thee Stallion, essa música coloca a bandeira do feminismo no centro do álbum e dá uma dimensão muito boa do que será ouvido nesse projeto. Gwen era tão influente na música que tirou a rapper Eve de casa apenas para gravar “Rich Girl”. A música conta com um toque de glamour e uma inspiração direta de “Material Girl” de Madonna. A parte rap de Eve também é muito bem aproveitada por Stefani, mesmo que tenha uma polêmica sobre apropriação cultural na música.

“Hollaback Girl”, o smash hit do álbum, segue todos esse ano se mantendo como a melhor de L.A.M.B. Com um ritmo tão incrível que é sampleado até hoje, Stefani e Legend conseguem se estabelecerem como ótimos compositores e produtores na época, título que John mantém até hoje. Com o tema do empoderamento feminino, a letra era muito a frente de sua época e estabelecia limites e quebrava estigmas nas relações românticas heterossexuais.

Para uma música mais fútil, temos “Cool”. Falando sobre a superação madura de um término de relacionamento, Stefani canta com uma produção boa que remetem as moedas do Sonic e um vocal mais melodramático. É uma boa música, mas ainda sim não é melhor que várias outras. Já “Bubble Pop Electric” é uma experiência louca, com uma produção lúdica e uma participação de André 3000 com seu alter ego “Johnny Vulture”, Gwen entrega uma música quase perfeita.

“Luxurious”, o último hit do álbum, fala sobre como o amor verdadeiro é uma luxuoso, ao mesmo tempo que um ritmo extremamente sensual toca no fundo. Se essa música fosse uma ação, seria um cheiro no cangote. Agora, se “Harajuku Girls” fosse uma ação seria face lifting para ficar mais “asiático”. Além da letra aproveitada de “What You Waiting For?”, a produção e canto relaxado fazem dessa a pior track do álbum.

Voltando com as produções de arrebentar, “Crash” é uma das melhores entradas do álbum. Mais uma música sobre o amor puro, Stefani canta e Legend produz em uma sintonia fora desse mundo. Já “The Real Thing” é uma música mais cansada e chatinha seguindo a mesma laia de “Harajuku Girls”, entretanto, diferente de sua comparsa, essa música é meh e não ruim.

“Serious” e “Danger Zone” são pérolas não apreciadas do álbum, ambas com produções ótimas e letras oks. Stefani atingiu níveis de artisticidade que nunca foram vistos durante a banda No Doubt. “Long Way To Go”, a última música do álbum, traz o racismo que é cometido com um casal interracial como seu tema principal, e mesmo que dê alguns closes errados por ser 2004, a música foi muito a frente do seu tempo e tem uma produção fogo!

“Love. Angel. Music. Baby.” tem uma pegada totalmente diferente do que Stefani está fazendo ultimamente em sua carreira, seguindo a área country da música, direção que não deveria estar indo. L.A.M.B., mesmo com todas as polêmicas, é um ótimo álbum e é triste ver o que Gwen se tornou depois de todos esses 21 anos, então o que podemos fazer é apreciar os trabalhos bom de uma artista que quase foi superstar.


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