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O Sonho que se Realizou

Dia 6 de Junho de 2025, o mundo ficou sabendo da nova banda que promete trazer o suco do Fleetwood Mac de volta: The Favors. Com 4 integrantes, dois relevantes: Ashe, cantora one hit wonder de “Moral Of The Story” e o ganhador do Grammys Finneas, mais conhecido como irmão da Billie Eilish. O álbum “The Dream” conta com 12 músicas e muito amor.

O lead single, “The Little Mess You Made”, foi lançado poucos dias após o anúncio da banda, trazendo forte influências de Fleetwood Mac, mais especificamente “Second Hand News”. Mesmo que seja um bom requenta dos anos 70, é sim muito agradável aos ouvidos e viciante, uma ouvida basta para a letra ficar na cabeça por dias. A combinação das vozes de Finneas e Ashe deixam tudo melhor.

The Hudson, apresentada no último show da turnê da “The Trilogy Tour” de Ashe, conta, como todo o álbum, com uma forte influência de “Rumours” e “Fleetwood Mac”. A música cria uma química incrível entre os vocalistas, mesmo que ambos sigam caminhos separados no romance. Os vocais, principalmente de Ashe, são de arrasar, mas ainda sim não são o melhor de sua carreira. A letra trata de uma declaração de amor para alguém que você não conseguiu continuar juntos, e é muito boa, com a criação de cenários bem estruturada.

O último single pré-álbum, “Times Square Jesus”, sendo a pior música do álbum e favorita da cantora. Ashe não é muito bem conhecida por sua habilidade de escolher singles, mas nesta daqui ela se superou: em um álbum com “Home Sweet Home”, “David’s Brother” e “The Dream” ela vai e escolhe a pior para ser lançada. A música é uma balada de violão muito chata com letras profundas, trazendo reflexões sobre seus desejos e sua identidade.

O álbum, lançado em 19 de Setembro de 2025, veio junto com o clipe de “David’s Brother”, o quarto single do álbum. Com um ritmo mais animado ao mesmo tempo que melodramático, essa música fala de autossabotagem e dificuldade em superar alguém, em versos como “Tried to be a different person / Made a joke and took a shot / What a way to learn your lesson / Who you are and who you’re not” Finneas e Ashe se estabeleceram como ótimos compositores. Essa música é uma das melhores e realmente merece ser mais ouvida.

A self-titled do álbum é a melhor música, abordando o tema que dá nome ao projeto: o sonho de ficar famoso. Em versos como “I know if you wanted to call, you would / You live in your car, but you say you’re in Hollywood / You sold your guitar just to pay for that video you sent to the studio / It’s all about who you know” os cantores falam sobre a própria vivência de estrelas em ascensão, mesmo que não diretamente. O instrumental dessa música é de outro mundo, com destaque para Marinelli, o baterista da banda. Os vocais de Ashe deixam tudo 1000x melhor, atingindo uma potência vocal que é difícil ver em A-Lists como Taylor Swift e Sabrina Carpenter.

O álbum abre com “Restless Little Heart” uma intro de 55 segundos que fala sobre se auto sabotar e escolher a pessoa errada. Não é a melhor intro do mundo, mas ainda sim é boa. Já “Moonshine”, terceira track do álbum, fala sobre envelhecer e se esquecer do mundo e de suas boas memórias “Hairlines recede, you lose all your teeth / Forget everyone’s name”, essa parte da letra faz uma direta alusão ao primeiro verso “Someone is swimming in a pool full of rain clouds tonight”, basicamente dizendo que memórias são passageiras e uma ilusão do tempo. “Moonshine” é outro instrumental perfeito de The Dream, com vocais ótimos e letras melhores ainda.

“Ordinary People” já é uma entrada mais fraca do álbum, junto com “Necessary Evils”. As composições são ótimas, igual todo o álbum, mas as produções deixam a desejar. A primeira música perde muito por ser curta e não ter uma ponte, característica que traz de volta a vida de “Necessary Evils”, com a construção até o momento da ponte sendo incrível. Os vocais de ambos cantores não são muito aproveitados nessas músicas, por isso são as músicas mais fracas do álbum com “Times Square Jesus”.

“Lake George” é a música mais pesada do álbum, que fala sobre desapegar de alguém ou algo. O tom da música é muito bem estabelecido pelo piano e vocais cansados dos vocalistas. Finneas se inspirou na casa onde as cinzas de sua avó foram espalhadas para escrever essa música. “Lake George” é deprimente, mas ainda sim muito boa.

A penúltima música do disco, “Someday I’ll Be Back In Hollywood”, é uma continuação direta de “The Dream”, com o sonho acabando e uma promessa nascendo: um dia estarei de volta em Hollywood. Essa track é ótima, com um instrumental ótimo e um vocal até que ok para o baterista Marinelli.

“Home Sweet Home”, a track que fecha o álbum, é repetitiva, viciante e boa! Com um ritmo típico de Buckingham Nicks, Finneas e Ashe fecham esse único projeto da banda de maneira explendida, falando tchau para a banda e dando olá para suas vidas normais novamente. O solo de guitarra no final fica na cabeça em níveis inimagináveis, e os vocais são perfeitos! Finneas e Ashe arrasaram na produção e composição dessa música.

The Dream não perde para nenhum álbum da atualidade, mesmo que esteja atrasado 50 anos no tempo. A vibe dos anos 70 está voltando para a atualidade e acho que o pontapé dessa revolução cultural é este álbum! Como dito anteriormente, é um grande requenta de Fleetwood Mac, mas ainda sim, não deixa de ser um bom requenta. O disco tem letras profundas e vocais esplêndidos além de que os cantores tem muita experiência, tanto que Finneas é vencedor de melhor produtor e álbum do ano no Grammys.


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